quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Acompanhamento Terapêutico

      O Acompanhamento Terapêutico, o AT, é um amigo qualificado, uma companhia que trata. Alguém que vai junto aos passeios, caminha pela rua, no supermercado, no bairro em que o paciente vive. É o atendimento além do consultório e do hospital.
      Não confunda com as funções de um vigia ou de uma babá: o Acompanhamento Terapêutico é uma prática que busca aumentar a autonomia e não a dependência. Faz toda a diferença na hora da recuperação. Os encontros agenciam a abertura e a inclusão no meio externo. São realizadas desde simples atividades do dia a dia até jogos inusitados ou experiências inéditas e surpreendentes para o acompanhado. O objetivo é resgatar aspectos saudáveis que ficam escondidos quando adoecemos.
      O que importa é incentivar a multiplicidade: apontar e valorizar os fatos no instante em que eles ocorrem levar o sujeito à reflexão, torna-lo ativo diante das suas dificuldades e sofrimentos.
     O acompanhamento terapêutico atua junto a diversos quadros clínicos:
·         Transtornos e deficiências mentais;
·         Processo de envelhecimento: para  reconstrução de projetos de vida;
·         Quadros fóbicos e depressivos;
·         Distúrbios alimentares;
·         Dependentes químicos: para ampliação do repertório de vida, manejo em situações agudas, auxiliar em conflitos familiares e sociais, retorno ao convívio social;
·         Todas as síndromes que envolvam aspectos físicos, mentais e/ou sociais.
É a busca pela saúde e autonomia enquanto a vida acontece, no momento real.

sábado, 12 de novembro de 2011

Solidão

Sentir-se só ou estar só? Coisas diferentes? Acho que sim.
Sentir-se só não é bom. É angustiante na grande maioria das vezes. É olhar para os lados e não ver ninguém, ou então, ver muita gente mas não ser visto. É não ter com quem falar, um colo para deitar, ou alguém para abraçar.
Estar só pode ser muito bom. É estar consigo mesmo. Aproveitar a própria companhia. Fazer coisas para si, sem ninguém para dar palpite. Curtir o silencio. Dar a possibilidade de escutar o coração e dar vazão aos pensamentos.
A grande maioria das pessoas tem tanto medo de sentir-se só que nem dão chance para saber como seria estar só. Estão sempre cercadas de pessoas, sejam elas agradáveis ou não. Não podem ver ninguém sozinho que logo se preocupam achando que o outro está triste e solitário. Será que sobra tempo para ouvir suas próprias vontades? Não sei.
Aprendi a viver comigo mesma. Aprendi que estar só é muito bom quando gostamos de nossa companhia. Quando estou só consigo pensar melhor, tomar decisões com mais cuidado e, principalmente, ter mais atenção comigo mesma. Cansei de estar só no meio da multidão, cercada de pessoas que não me acrescentam em nada, que me entediam. Perdi o medo da solidão e passei a gostar da possibilidade de escolha: quero estar só ou acompanhada?!