domingo, 26 de dezembro de 2010

NATAL

Nesta semana refleti sobre o Natal.
Minha família sempre preservou muito o sentido do Natal como o nascimento de Jesus de Nazaré. Minha mãe nunca plantou em nós a idéia do Papai Noel, deixou com que acreditássemos, mas nunca estimulou a idéia do bom velhinho que voa sobre a cidade, durante a madrugada, deixando presentes para as crianças. E isso não nos causou trauma algum!!
O mês de dezembro vira uma verdadeira loucura na cidade. O Papai Noel toma conta de tudo e de todos! Os grupos resolvem fazer confraternizações, multidões se atropelam nos shoppings para comprar presentes, os motoristas se sentem Airton Senna no trânsito, quem nunca nos olhou resolve ser simpático e nos desejar Feliz Natal e um novo ano cheio de alegrias. Nossa!!! É para surtar!
Não culpo o Papai Noel por isso, mas culpo o ser humano que se rendeu aos apelos do consumo e esqueceu que pode aproveitar este momento para refletir, crescer e se tornar alguém melhor. Nada na vida nos é barato, pagamos um preço por tudo o que fazemos, e por isso não podemos esquecer de fazer sempre o melhor pra nós mesmos. Se estivermos bem, será fácil fazer o bem aos outros e mais fácil ainda "pagar o que devemos" à vida. Quero estimular um pouco a reflexão sobre o que estamos fazendo com nosso Natal e nosso final de ano. Estamos sabendo aproveitar a presença de quem amamos ou estamos mais preocupados com presente que não pudemos comprar? Aproveitamos a Ceia ou Almoço de Natal para gravar na memória nossos amores que não são eternos (no sentido literal da palavra) ou estamos muito cansados da semana que passamos brigando no transito?
Minha amada avó sempre nos deu exemplo de paciência, sabedoria e amor. Ela sempre nos ensinou que não importa se o papai noel vem nos trazer presentes ou não, o que importa é a alegria de estarmos unidos. Que Jesus nasceu no dia 25 de dezembro e veio a esta terra para nos ensinar o mais básico da vida, amar! A vida só vale quando amamos com força e verdade. E é por isso, pela força do amor dela por nós, pela força do amor que ela fez com que tivessemos uns pelos outros, que nosso Natal neste ano teve a familia reunida, a alegria e o amor que Ela nos mostrou e ensinou.
Desejo a todos mais sabedoria para fazer escolhas, mais coragem para enfrentar as dificuldades, mais amor para doar e mais calma para aproveitar os bons momentos. Desejo que no próximo ano possamos ter dias mais calmos e com mais espirito Natalino. Desejo que o verdadeiro espirito de Natal, independente de religião, o sentimento de compaixão, amor e sinceridade, faça parte da vida cotidiana de todos.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Adeus a um Anjo

Quando eu nasci ela estava perto. Me segurou com carinho e me deu todo seu calor.
Quando criança, passava a tarde com ela vendo sitio do picapau amarelo e comendo seus lanches gostosos.
Cresci escutando suas histórias e aprendendo a ser como ela, uma mulher forte, de fé e sempre doando amor para quem quisesse receber.
Nunca a vi reclamar ou culpar alguém pela vida dura que teve ou dificuldades que passou. Mas sempre a vi agradecer pelos filhos e pela família que construiu.
Chorou e sofreu muito com a perda de um filho, mas não esqueceu que tinha outros ao seu lado.
Era sempre disponivel, amável e uma leoa para proteger sua "ninhada". Lutava e resava pela felicidade de todos que amava.
Aspereza,maldade, rancor, nunca fez parte de seu vocabulário. Sempre encontrava um motivo para perdoar.
No seu dicionário só existiam duas palavras: AMOR e DOAÇÃO.
Porém, sem pedir licença, a doença chegou. Ela aprendeu a se deixar cuidar, a deixar com que retribuissemos um pouquinho do que tinha dado a todos nós.
Agora ela está no lugar certo, onde vivem os anjos, no céu. Era um lindo anjo que viveu em nossas vidas para nos ensinar e nos dar o prazer da sua iluminada companhia. Quem pode aproveitar seu carinho, seu exemplo e seus conselhos nunca mais irá esquecer.
Vozinha amada, Obrigada por ter nos dado a dádiva de fazer parte da tua vida. Te amo!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Exigência ou Fuga?

Hoje no jornal Zero Hora a maravilhosa colunista Martha Medeiros, escreveu um texto onde o título era "Fator de descarte".
Matha descreve uma situação em que sua amiga utiliza este termo se referindo a algo que a fez disistir de um relacionamento há alguns anos. Poderiamos dizer que é aquela 'coisa' que falta no outro, ou que ele apresenta, e que não nos agrada. Mas tem uma frase que me chamou muito atenção, diz assim: "A longa lista de 'isso não tolero' é praticamente um passaporte para a solidão." Uau!!!!! Isso faz todo o sentido.
Tenho percebido que quanto mais o tempo passa mais exigentes e menos tolerantes as pessoas ficam. Mais se projeta uma forma e se quer encontrar alguém que caiba perfeitamente naquele lugar. Vou utilizar mais uma ótima frase de Martha Medeiros: "Relacionar-se é a oportunidade suprema de invadir universos desconhecidos e extrair diversão das indiadas." A grande maravilha de estar com alguém é a possibilidade de descobrir algo novo, de aprender e ensinar, de enxergar além dos detalhes. Existem pessoas que estão sempre buscando no outro aquilo que não gostam e encontrando uma maneira de fugir da possibilidade de se relacionar, de crescer e de ser feliz. Então penso: isso é exigência ou fuga? É vontade de encontrar alguém que caiba na minha forma ou medo de perceber que posso ser feliz com o diferente?
Mudar é tão dificil que a felicidade passa a ser um sofrimento. O lugar de reclamão, de coitado e solitário, é conhecido e até agora foi possivel viver com ele. O lugar de feliz e amado, é tão novo que causa medo e repele tudo o que pode me colocar nesta posição.  
Martha Medeiros hoje me fez refletir sobre vários momentos da vida, já que o "Fator de descarte" vale para todos os âmbitos e constantemente o utilizamos para permanecer na inércia. Acredito que nunca é tarde para mudarmos de opinião e colocarmos no lixo aquela forma que construimos a tempos atras.

Virginia Pelizzoni 

domingo, 24 de outubro de 2010

Crescer pra quê??

          Quando era criança sonhava com o dia em que fosse adulta.
          Ficava admirando minha tia se arrumar para sair a noite, e me imaginando naquela situação. Achava o máximo trabalhar, ir para faculdade, sair a noite, chegar tarde em casa, poder dirigir. Nossa!!!! Dirigir e ter um carro era o supra sumo da felicidade! A concretização da independência! Assim pensava a criança sonhadora. Projetava toda minha vida, como seria com 18, 20, 30 anos.
           Hoje paro pra analisar tudo o que se passou e verifico que nem tudo estava previsto no meu sonho infantil. A dificuldade do vestibular, o cansaço no final de um dia de trabalho, a responsabilidade das tarefas, os colegas invejosos e o chefe mandão, a falta de dinheiro no final do mês, o amor incorrespondido, a luta entre o que se quer e o que se pode fazer, a demissão na hora errada, a mensalidade que aumenta, o corpo que muda, a briga com a balança, a noite que perde o brilho pela mesmice, as pessoas que enganam sem remorso, a inveja do outro, a queda do conto de fadas, a rejeição sem explicação, o não que se deve dizer, os sapos que se deve engolir, a briga entre a moral e o desejo, a decisão entre o lar ou o mundo. Ui!! Quanta coisa não estava nos planos!!! É, mas essa é a vida real. Tudo o que se sonha tem um ar leve e, na maioria das vezes, romântico, porém nem tudo se apresenta dessa forma.
          A vida é dura mesmo. Mas sempre existe uma maneira de deixá-la mais leve. Desde criança escuto uma frase: "o que vem fácil vai fácil", é verdade. Tudo que conseguimos com luta e esforço pessoal chega com um gostinho melhor, é saboreado com mais cuidado. O que se recebe pronto é consumido sem sentir, é engolido sem mastigar. Acho que se tivesse acontecido tudo como imaginava, talvez não soubesse dar valor para as cosias que tenho.
         Um dia um amigo me disse uma frase que levo comigo desde então:
 "Se Deus tivesse me dado tudo o que pedi, hoje seria muito infeliz".
         Se pudesse voltar no tempo, ocuparia menos tempo querendo crescer e mais tempo aproveitando a infância. Subindo em árvores, desenhando, brincando de boneca, pega pega, esconder, elefante colorido, amarelinha, jogo de memória, playmobil, pulando corda, jogando bola, brincando de escolinha.
          Afinal, crescer pra quê?

domingo, 17 de outubro de 2010

AMIZADE

Já parou para pensar quem são realmente teus amigos?
Dizem que: "Antes um inimigo do que um mal amigo."  (Provérbio Portugues)
"Não pode haver amizade sem confiança, nem confiança sem integridade."
Amizade, confiança e sinceridade são elos que devem permanecer juntos. No momento em que uma delas se afasta, a relação se parte. Assim como um cristal que se quebra em milhões de pedaços, a amizade nunca mais volta a ser como era.
Amizade mesmo é aquela onde se pode falar tudo o que se sente e não ter medo do que virá em resposta. É um sentimento único e valioso, quando se rompe um dos 3 elos, é dificil voltar atrás e apagar a mágoa que fica.
É preciso pensar sempre: que tipo de amigo estou sendo? Estou mantendo meus elos ou permitindo que escapem por entre meus dedos sem perceber?
Virginia Pelizzoni

domingo, 10 de outubro de 2010

Soterrados

Após 66 dias de agonia, 33 mineiros soterrados no Chile receberam a possibilidade de escapar de seu purgatório neste sábado, após uma sonda perfuradora atingir o local em que eles se refugiaram após um desabamento no dia 5 de agosto. A informação de que uma perfuradora conseguiu chegar ao local provocou uma onda de celebrações, provocou lágrimas e alegrias entre as famílias dos mineiros acampadas ao redor da mina, localizada em San José, localizada a 850 quilômetros ao norte de Santiago, capital do país. Vários familiares, que se mantiveram em vigília ao redor da mina desde o desastre escalaram uma encosta na qual foram fincadas 32 bandeiras chilenas e um emblema da Bolívia, já que um dos mineiros é boliviano, e comemoraram com gritos de alegria e com sirenes. (www.oestadão.com.br/internacional)
                
                  Esta notícia foi a mais comentada nos últimos dias. Está acabando o terror!
                  Este acontecimento me fez refletir sobre uma questão: 33 homens abaixo da superficie, sem luz solar, sem muita água ou comida, pouco oxigenio e sem liberdade de ir e vir. Mas quantos estão soterrados mesmo que tenham a luz do sol? Bem, deixa eu explicar. Na vida temos 2 possibilidades evidentes: ou vivemos com clareza, assumindo os desafios, enfrentando as dificuldades e buscando o melhor para nós. Ou, vivemos soterrados, sem perceber a claridade, acreditando em conto de fadas e buscando algo que nunca chega. A luz do sol está a disposição de todos, mas nem todos conseguem suportá-la.
                 Acredito que a dificuldade física é muito mais fácil de administrar do que a psiquica/sentimental, tanto que os Mineiros estão vivos, apesar de muito debilitados. Resta saber agora como será a vida a partir do momento em que subirem a superfície. Quanto tempo será necessário para conseguirem viver como antes? Será possivel voltar a vida normal? Penso que irá depender muito da resiliencia (a capacidade do indivíduo lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas) de cada um. Somos colocados a prova todo momento, testados em nossas crenças, possibilidades, amores, paciencia e emoções. É preciso acreditar que somos capazes de passar por tudo isso sem "quebrar", sair do soterramento e aproveitar a luz do sol. É preciso ser cada vez mais resiliente, mais convicto de que a vida não é um filme onde podemos fechar os olhos nas partes ruins. Mas a possibilidade de mostrar para nós mesmos o quanto somos mais fortes do que pensamos, quando em vez de fechar os olhos buscamos uma lupa para melhor enxergar todos os detalhes.
                Virginia Pelizzoni

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Castelo de Areia

           Quando era criança não gostava de fazer castelos de areia porque sempre aparecia uma onda para fazer meu castelo sumir. A sensação da perda, a perda do que eu fizera com tanto cuidado, me chateava muito. O novo castelo nunca ficava bom, a areia já não era mais a mesma.
           Sempre gostei mais de brincar no mar. O mar com todo o seu tamanho, com a força das ondas, com a possibilidade de escolher se queria ir mais fundo ou não. As ondas que começam pequenas, ficam fortes, quebram, voltam a ficar pequenas e retornam para reiniciar o ciclo.
          Quando cresci percebi que na maioria das vezes estamos mais para castelos de areia do que para o mar. Somos muito mais frágeis do que fortes e potentes. É preciso estar sempre alerta para as ondas que chegam. Elas podem vir e nos derrubar, mas nunca podemos deixar que nos destruam. É preciso viver como o mar, voltar e recomeçar o ciclo.
Virginia Pelizzoni

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Realidade X Ilusão

Tenho a sensação de que vivo dentro de uma montanha russa. Ora está plano, ora está subindo, ora descendo e ora estou de cabeça para baixo!!
Tudo o que quero é aprender a viver dentro dela. É tirar proveito de todos os momentos, curtir o que se apresenta, aproveitar o agora sem criticas moralistas, sem auto-piedade e com muita presença de espirito. 
Quero a plenitude, quero a felicidade, quero a intensidade, quero viver a essencia de cada momento, quero mais do menos.
Quero saber viver fora do Pais das maravilhas, deixar de acreditar em conto de fadas. Ser realista, viver a vida como ela é. Quero a vida sem lente especial, sem fotoshop. Quero luz natural!
Quero a vida real. O resto, é ilusão.

Virginia Pelizzoni   

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O que é Acompanhamento Terapeutico?

          O acompanhamento terapêutico surgiu em 1971, na Argentina, como uma alternativa para pacientes crônicos que não respondiam ao tratamento convencional. Atualmente, com a reforma psiquiátrica, a desistitucionalização é algo fundamental para qualquer tratamento terapeutico, onde existe a busca pela autonomia e desenvolvimento do paciente. Busca ajudá-lo a ser ativo em sua vida e não acomodado e dependente.      
          O acompanhamento terapêutico é um trabalho diferenciado em que o terapeuta acompanha o paciente nas mais diversas tarefas e atividades diárias, possibilitando-lhes lidar com as questões conflitantes no momento em que aparecem. O terapeuta desenvolve projetos com os mais diversos quadros clinicos: depressivos, fóbicos, dependentes quimicos, disturbios alimentares entre tantos outros. Participa da reconstrução simbólica do sujeito após o desencadeamento da crise ou de um momento de intensa necessidade. O campo de trabalho do A.T. é o próprio espaço público, pode acontecer fora de instituições convencionais ou de consultórios. Acontece a imersão do terapeuta na vida do paciente.
           Virginia Pelizzoni      

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Tu tens medo de quê???

           Medo de perder o emprego. Medo de engordar. Medo de perder alguém. Medo de sair a noite. Medo de ficar só. Medo do escuro. Medo de ser assaltado. Medo de sofrer acidente. Medo de trocar de emprego. Medo de casar. Medo de mudar de cidade. Medo de começar um novo relacionamento. Medo de mudar de profissão. Medo de arriscar. Medo de envelhecer. Medo de ser abandonado. Medo, Medo, Medo, Medo. O novo nos causa medo. E o velho também. A instabilidade nos causa medo. E a estabilidade também. Medo de ter e perder ou medo de nunca ter.
          Somos cheios de medos contraditórios. Ao mesmo tempo que se quer algo, se tem medo de lutar por isso. Ralph Waldo Elerson, filósofo e poeta, disse: "Faça aquilo que você receia e a morte do medo será certa." É tão fácil reclamar que a possibilidade da felicidade é assustadora.
          Ver o tamanho da competência que temos, o quanto somos capazes de produzir, de criar e de inovar nos dá medo e até paralisa. Qual o preço dessa paralisia? Ele pode ser bem alto. Pode resultar em uma vida sem alegrias, sem profundidade, sem realizações, sem certezas. Só temos certeza daquilo que vivemos e, só vivemos aquilo que nos permitimos. Nada é igual e nenhum minuto volta para tomarmos uma nova decisão.  É preciso viver o agora e ser feliz já. Se o medo tomar conta de mim não vou ser quem eu poderia ser, e nem viver a experiência que poderia ter vivido.
          A estagnação não nos causa dores e nem amores. Não nos causa surpresas e nem certezas. Não nos dá o futuro e nem volta ao passado. Não é vida e nem morte. A estagnação  é o limbo. É o nada.

Virginia Pelizzoni

sábado, 4 de setembro de 2010

O Redescobrir Das Pessoas
As pessoas precisam conhecer-se cada vez mais para desenvolver sua auto-estima, redescobrir a emoção no trabalho e conquistar seu espaço na era da globalização

          Nesse momento de transformações que estamos vivendo criar filhos, trabalhar e se realizar como pessoa e profissional passa a ser o nosso maior desafio. E ele será vencido apenas com a descoberta do que e quem somos e que missão estamos cumprindo neste universo. Cada um de nós ao optarmos por determinadas metas de vida nos deparamos com diversas questões sem respostas. "Essas respostas serão dadas somente com a evolução dos relacionamentos afetivos que mantemos na família, no trabalho e com nós mesmos", assinala Roberto Shinyashiki, consultor organizacional, psicoterapeuta e diretor do Instituto Gente, lembrando que "somos eternos aprendizes e aqui estamos para desvendar os mistérios da vida". Com sua experiência de médico especialista em gente, ele propõe que estes mistérios serão mais facilmente reconhecidos se tivermos relações profundas e significativas com os nossos pais, filhos, amigos e colegas de trabalho. Somos, no seu entender, uma espécie de companheiros de viagem.
          Viagem para uns, trilha e caminho para outros, o que importa é que este processo de viver nos obriga a enfrentar constantes mudanças. E são estas mudanças que definem atitudes e comportamentos que adotamos diante dos outros e de nós mesmos. Para interpretar, conviver e colaborar com a adaptabilidade das pessoas no mundo das organizações, da família e da vida social, cada vez mais surgem cursos, seminários, workshops e consultores especializados em autoconhecimento. Conhecer-se passou ser a chave da virada para o sucesso profissional e a realização pessoal. "Antigamente o foco das empresas estava na tecnologia e no processo de produção. Hoje tudo está voltado para o indivíduo e seu aperfeiçoamento como pessoa e profissional. É preciso entendê-lo e o incorporar aos sistemas de gestão das empresas. E o mais importante é deixá-lo à vontade com o seu meio social, isto é, tentar realizar parte de seus sonhos e desejos", comenta Benê Catanante, psicóloga e sócia-diretora da Com Ciência Recursos Humanos, empresa de consultoria voltada ao desenvolvimento profissional e pessoal.
          O mercado para todos, a chamada globalização, a reestruturação das empresas, a redução nos postos de trabalho e a competitividade acabaram por reduzir as relações cordiais entre as pessoas. "As coisas do coração parecem ser de outros tempos", assinala Waldemar Helena Júnior, consultor de empresas e advogado, autor do livro Alquimia do Encontro - Um guia de qualidade nas relações pessoais e profissionais - editado pela Editora Gente - afirmando que "reencontrar-se consigo mesmo e com o outro é parte da vida e se o encontro afetivo parece ter ficado para trás, é preciso recuperá-lo, com urgência, para que faça parte do presente".
          "Diálogo transparente, negociação, olho no olho, parceria e confiança,para gerar o comprometimento entre as pessoas", é a receita do consultor para que haja crescimento pessoal e profissional. Ele lembra que o ser humano é um poço sem fundo de expectativas, sempre barganhando frustações e ansiedades. A grande questão ao ser ver, é o tempo de permanência em uma dessas situações. "A perplexidade é positiva,mas não pode perdurar por muito tempo sem solução", comenta. Em seu livro Waldemar Helena comenta ainda as mudanças que transformaram o processo produtivo nas organizações e os paradigmas ainda vigentes e emergentes no dia-a-dia do trabalho.
          "Coração no Trabalho" é um dos últimos lançamentos da Ediouro no mercado editorial nacional. O livro, de Jack Canfield e Jacqueline Miller, publicado originalmente nos Estados Unidos, conta histórias e estratégias para construir a auto-estima e redescobrir a emoção no trabalho. Ele é um exemplo de que no mercado norte-americano o tema já está amplamente debatido e que também representa uma tendência a nível das empresas o foco na auto-realização das pessoas. "O ambiente de trabalho nas organizações modernas está levando ao endurecimento do espírito humano. Reagindo contra isso, as pessoas estão manifestando suas emoções, exigindo "espírito no trabalho ", destaca Willis Harman no prefácio do livro, sublinhando que "está na hora de levar o coração ao local de trabalho e de analisar o que estamos fazendo uns com os outros e com o nosso trabalho".
          Lavínia Lins Coelho, psicoterapeuta do Hospital do Servidor de São Paulo, considera essencial a retomada da emoção no trabalho. "Nos últimos tempos aumentou-se muito a abrangência do não consigo e não posso. Isto esconde a atitude cômoda e até covarde das pessoas de não ter que tomar posição em relação aos fatos que o cercam. "É como se estivéssemos decidido ver no escuro e isso fosse confortável", comenta. Na sua avaliação, este comportamento só gera mais dificuldades na vida das pessoas porque no fundo "elas têm consciência do seu estado do ser". Infelizmente ele não se manifesta com alegria de viver e de trabalhar, muito menos em se relacionar com os outros. "Mau humor, irritabilidade, violência com o outro, isolamento e mal estar são sintomas corriqueiros que as pessoas não sabem identificar como sendo o resultado da sua inércia e existencial", assinala.
          Esta inércia, na sua opinião, é a falta de conscientização das pessoas de que elas são agentes, atores e únicos responsáveis pelas suas próprias vidas e que somente com suas próprias forças farão mudanças no meio onde vivem. "Não é preciso mudar os outros e o mundo inteiro para que nos sentir bem com nós mesmos", justifica ." É preciso ter vontade de conhecer-se a si mesmo. Aceitar os papéis que temos que viver no meio social e sobretudo saber fazer escolhas que satisfaçam nossa maneira de ser e de sentir o mundo em que vivemos", observa. Lavínia Coelho comenta ainda que as relações interpessoais são hoje os maiores focos de conflitos e de insatisfação com quem convive com o universo do trabalho. "O que as pessoas ainda não consideram é que podem mudar, melhorar e até acrescentar novos padrões nos seus relacionamentos no trabalho". A auto-estima, ora em discussão nas empresas, para ela, pode ser algo extremamente positivo para modificar atitudes negativistas e gerar um ambiente mais saudável para todos.

Alexandre Garrett

sábado, 28 de agosto de 2010

Escolha

Cachorro ou gato?
TV ou livro?
Balada ou sono?
Cerveja ou vinho?
Peixe ou carne?
Academia ou mais horas de sono?
Faculdade ou compras?
Preto ou Rosa?
Satisfação do outro ou a minha?
Calça ou saia?
Cabelo curto ou comprido?
Loiro ou moreno?
Passado, futuro ou presente?
Praia ou campo?
Moto ou carro?
Rock ou Eletrônica?
Yoga ou boxe?
Comer sobremesa ou economizar calorias?
Inovar ou acomodar-se?
Empregado ou profissional liberal?
Melancolia ou espectativa?
Ufa!! Quantas questões!!!
A vida é feita de escolhas. Ok! Até aí nenhuma novidade. Mas, e como fazer as escolhas da vida sem ser invadido pelo pensamento agustiante: "E se não for a escolha certa?"  
Esta pergunta só será respondida quando a ação for realizada. Só haverá certeza depois das atitudes tomadas.
A cada esolha feita, outras tantas possibilidades renunciadas. A cada caminho uma paisagem diferente. Mas nunca será possivel conhecer a paisagem sem percorrer a estrada.
Na verdade fazemos a pergunta equivocada.
A pergunta que deve ter resposta no momento das escolhas é:
 'Qual dessas possibilidades me atrai mais HOJE? 
Em qual delas me sinto mais feliz HOJE? 
Para qual opção me sinto mais desafiado? Mais atraido? HOHE!'
HOJE é a palavra chave.
Afinal, nunca teremos certeza do que acontecerá no futuro. A vida está em constante mudança, os nossos gostos estão em constante mudança, as pessoas que nos cercam estão em constante mudança. E tudo isso afeta o presente e o futuro.
A única coisa que somos capazes de controlar minimamente é o que estamos fazendo NESTE exato momento. O restante é levado constantemente pela correnteza da incerteza.
                                                                       Virginia Pelizzoni

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Incluir e não fugir

A deficiência auditiva é,  um assunto sério e de interesse de toda a sociedade, seja em ambiente escolar ou não. As pessoas com deficiência auditiva têm o direito e devem ser inseridas normalmente na sociedade. No ambiente escolar cabe aos professores fazer com que os futuros cidadãos brasileiros aceitem as diferenças e convivam com elas com extrema naturalidade. Também é um dever do professor sua constante atualização e capacitação para suprir as necessidades de comunicação e formação pessoal dos alunos com deficiências.
A inclusão social e escolar está cada vez mais presente na sociedade atual, mas, infelizmente aparece muito ainda na teoria. Cabe a cada um de nós fazer com que essa teoria se torne uma prática constante para o bem estar de todos.
Fugir, ignorar ou vitimizar alguém "diferente", é uma forma covarde de lidar com a realidade. É manter um padrão hipócrita de viver, onde os discursos são belos mas as pessoas são congeladas.
A grande maravilha da diferença é poder dialogar com ela, é poder aproximar-se e fazer com que a distância seja cada vez menor. A coragem não está em discursar para grandes multidões sobre a inclusão social, a coragem está em fazer parte dela. Em proporcionar que outras pessoas possam aprender com o outro uma nova forma de sentir a vida.
Querer que o outro seja igual a mim é muito fácil, difícil é buscar uma maneira de aproximar-se do outro e nisso buscar a igualdade.
Virginia Pelizzoni

domingo, 22 de agosto de 2010

O tempo

Existe uma música que diz assim:
                 " Se hoje é tempo de sorrir, houve tempo pra chorar.
                   Se hoje há o que destruir, ainda é tempo de plantar."
Sim, pra tudo na vida há um tempo. Percebo que algumas coisas na minha vida acontecem hoje, porque não seria capaz de compreender ontem. Ou ainda, compreendo claramente hoje, o absurdo acontecido ontem.
Por isso, quero viver intensamente o que tenho agora, seja o que estiver sendo oferecido. Luto a cada instante comigo mesma para estar presente onde estou, para estar vivendo o momento de forma completa, sem pensar no depois, porque o depois pode não vir. A alegria da vida está em fazer aquilo que nos faz bem. É sentir o nervosismo pelo desconhecido, é a sensação de ter "borboletas na barriga", como já ouvi alguém falar!
Pra mim, nada disso é facil. Esperar a hora certa das realizações, viver o presente sem pensar no futuro ou lembrar do passado, aguentar o incompreendido... nossa!!!! É dificil!! Mas, se as coisas fossem muito fáceis e previsíveis, ia perder completamente a graça de viver!
Virginia Pelizzoni

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Ceia das Vozes

Percebi que somos vários dentro de um só. Várias vozes que falam através de uma.
Percebi que é preciso se tratar bem, se cuidar sempre.
Percebi que é possível mudar. Mudar a cada segundo.  Mudar a cor preferida, o corte de cabelo, o livro que se lê, mudar de opinião.
Saúde é poder mudar. Doença é viver estagnado, congelado.
Bom é poder escolher na "Ceia das vozes" aquela que melhor me cabe neste momento. E ter a certeza de que é possível voltar a mesa e trocar se assim desejar.