quinta-feira, 28 de julho de 2011

Saudade

Perder alguém que amamos e continuar vivendo é também uma prova de amor.
No início sentimos uma dor que parece não ter fim. Dói o corpo, a cabeça, a alma inteira. Sentimo-nos culpados por não ter feito mais, ou por ter feito demais. Ter dito o que não devia, ou por não ter dito o que sentia.  Depois, vem a saudade. Saudade da voz, do abraço, do cheiro, do beijo, da conversa. Saudade da presença e da ausência que poderia acabar em instantes.
Há algum tempo perdi uma pessoa muito especial na minha vida. Não tenho culpa de nada, porque acho que fiz tudo o que podia por ela e, além disso, disse muitas vezes que a amava. Hoje tenho uma saudade gigante. Saudade de quando ela me recebia com aquele sorriso largo, quando me perguntava do trabalho e dos amores, quando repetia as mesmas histórias, quando reclamava de alguém ou comentava algo que tinha visto na televisão. Saudade do abraço, do cheiro, da torcida pela minha felicidade.  Era nosso porto seguro. Existem dias em que a falta é mais presente e a saudade mais forte. Infelizmente não temos outra possibilidade senão lembrar o tempo privilegiado em que passamos juntas, rezar para que Deus a mantenha ao seu lado e  cuidar de quem ainda está aqui.
Quer viver feliz? Cuide-se. Entenda-se. Cuide de quem está ao seu lado. Diga “eu te amo” sempre que estiver com alguém especial. Não deixe para mais tarde, nunca sabemos quando será o último momento. Enfrentar a saudade é muito mais fácil do que enfrentar a culpa para sempre.

“Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.” (Martha Medeiros)

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