Conheces o Casagrande? Sim? Não? Bem, ele é muito conhecido por ter sido um grande jogador de futebol, mas também, pela sua história conturbada em função da dependência química.  Em uma de suas várias entrevistas, Casagrande relata a importância de sua AT no difícil retorno ao mundo. Sim! Ele tem uma AT!!! Uma acompanhante terapêutica que auxilia no seu tratamento até hoje. Leia abaixo uma parte dessa entrevista e o significado desse profissional no tratamento.

" De volta ao ataque. Após três décadas sob o poder das drogas, Casagrande está livre para viver seu melhor momento. Como ele segurou o rojão – e quem é a acompanhante terapêutica que não o deixa sair da linha.

(...) “Os caras querem saber quanto tempo levo sem usar drogas. Porra, nunca contei quantos gols fiz na carreira, vou contar há quanto tempo estou limpo?”, diz, arrancando uma gargalhada da psicóloga Daniela Gallias, que durante a gravação do programa – e a sessão de fotos – passou o tempo todo ao seu lado. Daniela não desgruda de Casão desde setembro de 2008, quando ele deixou a clínica de reabilitação Greenwood, em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo. Ela costuma acompanhá-lo nas transmissões da TV Globo. Se ele vai tomar um chope (um mesmo) com amigos, ela procura estar lá. Daniela podia muito bem passar por namorada. “Imagine se um cara como o Casão aceitaria ser perseguido 24 horas por dia por uma mulher feia”, brinca Arthur Timmermann, médico particular do ex-jogador e um de seus melhores amigos. Daniela, diga-se, é jovem e bonita. E não, não está namorando o ex-craque do Corinthians. “Ele é um guerreiro e ficamos super felizes com o resultado”, afirma Daniela. “É uma luta eterna, mas ele está muito bem”. Para a AT (sigla para “acompanhante terapêutica”), o envolvimento com rock’n’roll auxilia na recuperação de seu paciente. “O rock é onde ele fica tranquilo e acha diversão”, declara. Como estamos falando de Casagrande, no entanto, as coisas são menos simples do que parecem. O rock, segundo ele próprio, apressou sua prodigiosa queda. (...) Segundo Casagrande, fazer fotos inspiradas no ídolo poderia ajudá-lo a vencer uma velha obsessão. “Quando eu voltei da clínica pela primeira vez, estava louco para ouvir The Doors”, disse. “Assim que o CD começou a tocar, entrei numa crise convulsiva de choro que durou cinco horas”. Durante a sessão de fotografias, um assistente desavisado selecionou Doors no iPod. A terapeuta Daniela ficou sobressaltada. Quem toca no assunto com o ex-jogador ouve um depoimento emocionado. “Eu queria ser como o Jim Morrison e aquilo me complicou. Não soube lidar com o tamanho da importância que ele teve para mim”, diz. “Durante grande parte da minha internação eu tentei me desligar da vida dele. Aquele cara que morreu em 1971, que se autodestruiu em dois anos, ficou comigo por 30 anos. Mas eu não morri, ele não conseguiu me matar. Eu me curei”. Curou-se da obsessão pelo astro. Mas e quanto ao tratamento contra o vício? “Não dá para saber quando poderei parar de acompanhá-lo”, diz Daniela. “Ele está indo muito bem, mas tudo depende de quando ele disser que está seguro.” Daniela faz uma triagem para saber quem pode ou não andar com Casagrande. Eduardo Affonso, repórter da rádio Eldorado/ESPN, amigo há muitos anos do comentarista, conversou com ela por 20 minutos. “Ela quis saber principalmente se eu usava ou usei algum tipo de droga”, conta Affonso, um dos que seguraram a barra nos tempos de loucura."  (http://revistaalfa.abril.com.br/estilo-de-vida/futebol/de-volta-ao-ataque/)

Acredito que nesse relato fica claro a importância dessa terapeuta no sucesso da recuperação de Casagrande. Engana-se quem pensa que ela é uma babá ou uma bengala, a quem ele ficará preso para sempre. O trabalho é exatamente o oposto. É mostrar o quanto ele consegue superar as dificuldades, o quanto é forte e potente, é aumentar a sua autonomia e o comprometimento diante da vida. 

O AT é um profissional que atua junto à vários casos clínicos, todas as dificuldades que envolvam aspectos mentais, físicos ou sociais. Quer saber mais?? Deixe seu comentário ou me procure.